Quem Somos
A APP – Associação dos Portos de Portugal é uma Associação sem fins lucrativos constituída em 1991, com o objectivo de ser o fórum de debate e troca de informações de matérias de interesse comum para os portos e para o transporte marítimo.
Pretende-se que a APP contribua para o desenvolvimento e modernização do Sistema Portuário Nacional, assumindo uma função que esteve subjacente à sua criação: constituir-se como um espaço privilegiado de reflexão e de decisão.
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Por Artur Manuel Pires
O mar nocturno
O mais extraordinário foi saber da importância que os faróis ainda possuem para a navegação, em pleno século XXI, numa altura em que se é levado a pensar que tudo o que importa à superfície da terra é imaterial e vem do espaço, e sobretudo, que tudo o que não se agita fenece.
A comprovar esta importância, aí estão os cerca de 20 000 faróis espalhados pela terra – ou pelo mar, lá está – dos quais 30 em Portugal Continental, 16 nos Açores e 7 na Madeira.
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Por Artur Manuel Pires
Ligados (ou não) ao mundo por debaixo de água
Em 1914, a última notícia que o cabo submarino alemão trouxe à cidade da Horta, foi a de que a Alemanha tinha começado a guerra.
É claro que o cabo, que ligava a Horta a Emden, foi cortado poucas horas depois, pelo navio britânico Telconia e o pessoal da AtlantischeTelegraphen-Gesellshaft (ou simplesmente D.A.T.) obrigado a abandonar a operating room, ou sala comum, da Trinity House.
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MAIO DE 2025
Exposição «O Forte da Barra - Passado, Presente e Futuro»
O Forte da Barra de Aveiro é um marco da arquitetura militar portuguesa, datado do século XVII, construído durante a Guerra da Restauração. No século XIX, foi reconstruído no âmbito do plano de defesa nacional, desempenhando um papel crucial na proteção da costa.
Este edifício histórico apresenta uma estrutura típica de fortificação abaluartada, com alvenaria rebocada e cantaria calcária, reduzida a uma pequena cortina e dois meios baluartes. Durante décadas, o forte desempenhou uma função essencial como ponto de orientação para a entrada de navios na Barra de Aveiro, utilizando sinais visuais.
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18 DE ABRIL
Dia Internacional dos Monumentos e Sítios
O Dia Internacional dos Monumentos e Sítios (DIMS) assinala-se, anualmente, a 18 de abril. Este dia foi criado pelo Conselho Internacional de Monumentos e Sítios (ICOMOS), em 1982. No ano seguinte, a UNESCO reconheceu esta data, na 22.ª Conferência Geral.
O objectivo é destacar a importância dos monumentos e sítios na história e identidade dos vários povos, bem como apelar à sua preservação e valorização.
A Carta de Veneza foi adoptada em 1964, duas décadas após a Segunda Guerra Mundial, numa época que prometia progresso e desenvolvimento económico ilimitados. Seis décadas depois, o mundo enfrenta uma emergência climática, um número crescente de catástrofes naturais e conflitos, que levam à destruição de locais culturais e à deslocação em massa de populações.
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3 DE ABRIL DE 2025
217 anos da abertura da Barra do Porto de Aveiro
3 de Abril de 1808 marca um momento histórico para o Porto de Aveiro, com a abertura da sua actual Barra. Na senda da prática de anteriores administrações, nomeadamente a que se encontrava em funções aquando do bicentenário da Barra de Aveiro, com comemorações que duraram ano e meio, a liderança actual do Porto de Aveiro promove um conjunto de iniciativas destinadas a aproximá-lo da população em geral, dos colaboradores e dos parceiros de negócios, reforçando os laços que o unem ao seu território e a todos os que nele interagem.
Assinalamos a efeméride através de newsletter continente de alguns artigos publicados ao longo dos últimos anos sobre o Porto de Aveiro.
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POR ARTUR MANUEL PIRES
A mesma terra e a mesma água
No meio mineiro, havia uma estória antiga e engraçada sobre uma simpática funcionária dos serviços geológicos, encarregada da edição do boletim mensal, que depois de rever minuciosamente os artigos todos, repletos de datações de eras geológicas, desabafava com quem a quisesse ouvir, que nunca entendia bem o porquê daquela correria do envio dos originais para a gráfica, e da gráfica para os leitores.
E no meu tempo de aluno de engenharia de minas do Instituto Superior Técnico, se no decorrer de uma aula, um professor distraído deixasse cair um milhão de anos ao exemplar que estudávamos na altura, também ninguém ia dar por isso, preocupados que estávamos com o último número dos Cahiers du Cinéma, ou com a inoperância do meio-campo do Sporting naquela época.
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Comemorações dos 217 anos da abertura da Barra do Porto de Aveiro
O dia 3 de abril de 1808 marca um momento histórico para o Porto de Aveiro, com a abertura da sua atual Barra. Para assinalar esta data, o Porto de Aveiro vai, mais uma vez, promover um conjunto de iniciativas destinadas a aproximá-lo da população em geral, dos colaboradores e dos parceiros de negócios, reforçando os laços que o unem ao seu território e a todos os que nele interagem.
Assim, durante os meses de abril e maio serão desenvolvidas diversas iniciativas, entre as quais a já habitual Visita Aberta ao Porto de Aveiro.
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Um Mergulho na História | Por Alexandre Monteiro
Neste dia 26 de Março, o naufrágio do cargueiro angolano «Kassamba» ao largo de Leixões
O cargueiro angolano “Kassamba” foi construído no Japão, em 1977, pelos estaleiros Ujina Zosensho, de Hiroshima.
Com um casco de aço, 136 metros de comprimento, 20,5 metros de boca e 11,6 metros de calado, deslocava 8544 toneladas brutas e era propulsionado por um motor diesel que lhe permitia alcançar até 15 nós de velocidade máxima. Operado pelas Linhas Marítimas de Angola, o navio realizava transporte de carga geral em rotas internacionais, ligando portos africanos a europeus.
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Um Mergulho na História | Por Alexandre Monteiro
Neste dia 19 de Março, o naufrágio de uma corveta do Brasil
A praia da Samarra, situada na costa ocidental de Portugal, no concelho de Sintra, é uma pequena enseada isolada, encaixada entre falésias escarpadas. Mas a sua beleza natural esconde um mar traiçoeiro, caracterizado por correntes fortes e fundos rochosos, que historicamente representaram um desafio à navegação. Durante séculos, a região foi palco de inúmeros naufrágios, devido à falta de pontos de referência costeiros, aos frequentes nevoeiros e à força da ondulação, tornando-se um local de grande interesse para o estudo da história marítima portuguesa.
Em 1786, a praia da Samarra foi cenário do naufrágio da corveta portuguesa “Nossa Senhora do Carmo, São José e Almas,” que partira de Pernambuco rumo a Lisboa, transportando uma carga valiosa composta por açúcar, cochinilha, café, couros, algodão e pau-brasil.
Com efeito, ao aproximar-se da costa portuguesa, no dia 19 de Março de 1786, esta embarcação encontrou condições marítimas adversas, naufragando às cinco da tarde.
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A 27 DE MARÇO, NA SEDE DO COMM
Tertúlia Náutica dedicada à Recuperação e Conservação de Embarcações Históricas
O Clube de Oficiais da Marinha Mercante anuncia que o Contra-Almirante Victor Gonçalves de Brito vai ser o orador da tertúlia a decorrer no auditório da sede do COMM no dia 27 de março.
Tema: a Recuperação e Conservação de Embarcações Históricas.
Pretende-se que a iniciativa constitua um contributo para a difusão da cultura marítima em Portugal.
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Os baleeiros das Lajes do Pico: uma odisseia rumo ao futuro
É um legado com mais de um século, que um dos três municípios de uma das ilhas mais fotografadas do Atlântico não quer permitir que se perca no meio do oceano. A Câmara Municipal das Lajes do Pico está a preparar uma candidatura para a classificação dos botes baleeiros açorianos a Património Cultural Imaterial da Humanidade.
Com isso, segundo Ana Brum, presidente da autarquia, procura-se criar “um plano de salvaguarda a dez anos” para “manter o património baleeiro e o gosto pela sua história”. Peça-chave de todo o processo, Filipe Fernandes, um dos mais categorizados oficiais de botes baleeiros açorianos, sublinha, porém, que a candidatura “não é sobre a baleação”. “Isso acabou. É sobre os botes baleeiros, as suas regatas. Isso existia antes e vamos procurar que continue a existir nos anos vindouros.”
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Um Mergulho na História | Por Alexandre Monteiro
A 15 de Março, o afundamento do «Dago»
O “Dago” era um navio a vapor britânico, construído em 1902, na cidade de Dundee, Escócia, pelos estaleiros Caledon Shipbuilding & Engineering, Co. Ltd.
Encomendado pela Wilson Line, um dos grandes nomes da navegação britânica, o navio foi inicialmente registado no porto de Hull, Inglaterra, em nome de Wilson, Sons & Co. Ltd.
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Profissões, Artes, Cargos e Ofícios de Lisboa na Época Moderna (Séculos XV-XIX)
O Tanoeiro
A era da expansão ultramarina elevou a profissão de tanoeiro a importante peça na engrenagem da epopeia marítima. A obra de tanoaria transformou-se no meio de cálculo da arqueação dos navios de grande porte “[…] as maiores naus da Índia, pelos finais do século XVI e princípio do século XVII, deveriam andar pelos 17-18 rumos de quilha, correspondendo a c. de 600 tonéis de arqueação […] uma nau ou galeão dizia-se que eram de 500 tonéis por poderem efetivamente transportar 500 tonéis no espaço considerado, que era todo aquele que estava abaixo do convés. […] Para o cálculo final da arqueação considerava-se que os espaços vazios eram preenchidos com pipas, correspondendo cada duas a um tonel”.
A preparação de uma armada envolvia grandes contingentes de oficiais mecânicos, como carpinteiros, calafates e também os tanoeiros. Estes integravam as armadas para executar, sempre que necessário, pipas, barricas e barris, e eram também os responsáveis pelos recipientes usados para a conservação das mercadorias e dos víveres levados a bordo (água, vinho, azeite, biscoito, etc.).
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Profissões, Artes, Ofícios Mecânicos, Cargos e Tipos Sociais em Lisboa na Época Moderna:
O Barqueiro
A ligação ribeirinha de Lisboa ao Tejo tem sido uma constante na história da cidade. Esta relação foi assegurada por barqueiros que se destacaram por dinamizar o comércio interno. Utilizavam as suas embarcações para suprir as necessidades diárias de abastecimento da cidade, sobretudo no transporte fluvial de pessoas e bens de consumo, essenciais ao quotidiano da população.
Num tempo em que o transporte terrestre era mais oneroso, demorado e dificultado pelos reduzidos acessos viários, aliado aos constantes perigos de roubos e emboscadas, o transporte fluvial e a navegabilidade nos cursos de água facilitavam o tráfego interno. O barqueiro garantia a conexão entre as vias terrestres, fluviais e marítimas, constituindo-se como um verdadeiro intermediário no abastecimento entre a cidade e o campo.
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VISITA GUIADA COM JORGE GASPAR | RTP
Antigos Portos Fluviais do Baixo Tejo
A partir da história da navegação no rio Trancão e passando pela antiga Vala Real de Salvaterra de Magos, o geógrafo Jorge Gaspar explica-nos como os afluentes do Baixo Tejo serviram, durante séculos, para alimentar Lisboa.
O decano Jorge Gaspar guia-nos ainda por algumas das mais emocionantes histórias dos grandes rios da Europa, defendendo que foram as navegações fluviais que construíram a identidade do território que se estende do Cabo da Roca aos Urais.
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Um Mergulho na História | Por Alexandre Monteiro
Neste dia de 5 de Março, um presidente americano na Madeira
Em dezembro de 1857, Franklin Pierce, 14.º presidente dos Estados Unidos entre 1853 e 1857, conseguiu assegurar passagem para si e para a sua esposa numa embarcação da Marinha dos Estados Unidos com destino à ilha portuguesa da Madeira. O seu amigo Clarence March tinha um tio que servia como cônsul dos Estados Unidos na ilha, e este ofereceu-se para alojar o ex-presidente e a sua mulher. Assim, os Pierce ficaram hospedados na espaçosa residência de Howard March durante os seis meses seguintes.
No Funchal, Franklin Pierce aproveitou o clima ameno da Madeira para recuperar energias e explorar a ilha. Participou em eventos sociais, conheceu figuras locais e apreciou a beleza natural da região, desfrutando de um período de relativa tranquilidade.
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VIAJANDO PELA HISTÓRIA
Conhece a história do Clube Naval Setubalense?
O Porto de Setúbal é uma referência histórica nos desportos náuticos. Quão bem conhece a história do Clube Naval Setubalense?
Fique a par de alguns factos sobre o Clube que celebrou o centenário em 2020.
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VIAGEM PELA HISTÓRIA
Quando o Tejo era a via rápida para Lisboa
Antes da existência do caminho-de-ferro e dos transportes rodoviários motorizados, os barcos eram o meio mais utilizado para transportar as mercadorias do interior centro do país para a capital e vice-versa e o Tejo a via mais rápida e mais segura, apesar das contingências meteorológicas, que por vezes pregavam as suas partidas.
O porto de Abrantes era antigamente conhecido por Porto das Barças, designação que abrangia, na margem norte, uma faixa junto às Barreiras do Tejo e, na margem sul, uma outra faixa estreita mas profunda, junto ao atual Rossio ao Sul do Tejo, conhecida por porto das Barças de Além, denominação muito antiga que já aparece num documento de finais do século XIV Há notícia de que, na primeira dinastia, Abrantes já era abastecida com produtos transportados nos barcos como o sal, ferro, armas e mantimentos vários, tendo até o rei D. Fernando determinado que os mareantes do Tejo ficassem livres de quaisquer encargos fiscais.
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Por Artur Manuel Pires
O Almirante descalço
Apesar de não existir nada que nos possa assegurar que o Père Louis de La Trinité tenha entrado no Céu sem sapatos, podemos, no entanto, estar seguros de que morreu descalço.
Georges Thierry D’Argenlieu nasceu em Brest, em sete de setembro de 1889, no seio de uma família burguesa com ligações marítimas, e fortemente apaixonado pelo mar, ingressa aos dezassete anos na Escola Naval, em outubro de 1906. Em 1911, já se encontra a navegar, e pouco depois participa numa das inúmeras campanhas de Marrocos, que vão atenuar a monotonia que se vive no império colonial francês, neste caso particular no Norte de África.
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Um Mergulho na História | Por Alexandre Monteiro
A 1 de Março de 1893, o naufrágio do vapor «Gomes VII»
O naufrágio do vapor “Gomes VII” é um dos episódios mais dramáticos da navegação na barra do Douro no final do século XIX, ilustrando os perigos da foz desse rio, notórias pela sua força e imprevisibilidade, bem como pelos inúmeros rochedos e baixios que apresentava a quem queria aportar àquela cidade.
O “Gomes VII” foi construído em 1877 pelos estaleiros Hall, Russell & Co. Ltd. de Aberdeen, sob o nome “Banchory”, para a J. & A. Davidson, também de Aberdeen, sob a qual serviu até ser vendido, em 1884, à Davidson Steam Shipping Co. Ltd. Com 576 toneladas de arqueação bruta, o navio media 53,2 metros de comprimento, 7,9 metros de boca e 4,4 metros de pontal, sendo propulsionado por um motor compósito a vapor.