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Um Mergulho na História | Por Alexandre Monteiro

No dia 5 de Fevereiro de 1859 o naufrágio do vapor «Ignez de Castro» na praia sul de Peniche

O “Ignez de Castro” foi um navio a vapor misto de carga e passageiros, construído em 1854 pelo estaleiro Scott & Sons, Greenock, na Escócia, para a Glasgow & Lisbon Steam Ship Co.

A 25 de Outubro de 1854, estava concluído e pronto para operar. Com 40,1 metros de comprimento, 5,3 metros de boca, possuía um deslocamento de 178 toneladas brutas. Equipado com um motor a vapor de 60 cavalos nominais e um único hélice, o navio oferecia uma maior eficiência e manobrabilidade, em comparação com os tradicionais vapores de rodas.

O navio foi registado oficialmente em Glasgow no dia 27 de Outubro de 1854 e operava na rota entre Glasgow e Lisboa, uma ligação comercial crescente impulsionada pelo aumento do comércio e da navegação a vapor. Durante quase cinco anos de serviço, o navio operou regularmente nesta rota, , fazendo parte da crescente frota de navios a vapor que revolucionavam o transporte marítimo entre o Reino Unido e Portugal e desempenhando um papel significativo na facilitação do comércio marítimo entre os dois países.

No entanto, a sua carreira foi abruptamente interrompida a 5 de Fevereiro de 1859, durante uma viagem de Glasgow para Lisboa, quando a embarcação sofreu uma avaria catastrófica no eixo da hélice, comprometendo totalmente a sua capacidade de navegação. Sem propulsão, o navio começou a fazer água, que entrava pelo veio do hélice partido, colocando em risco a segurança dos passageiros e tripulantes.

Com o agravamento da situação, para não ir a pique, a embarcação foi encalhada na praia Sul de Peniche. Pouco depois, partiu-se em dois, tornando-se uma perda total.

Apesar da gravidade do acidente, todos os passageiros e tripulantes foram resgatados em segurança, evitando uma tragédia maior.

O comandante do “Ignez de Castro”, William Kennedy, foi ilibado de quaisquer culpas pela perda do vapor. Logo após seu regresso ao Reino Unido, foi-lhe atribuído o comando do vapor “Thetis”, construído pelos estaleiros Scotts, de Greenock. Viria, no entanto, a perder mais um navio: o “L’Agouhanna”, no Oceano Índico, a 3 de Fevereiro de 1869, devido à combustão espontânea da carga de carvão que transportava, levando a tripulação a permanecer nove dias em botes salva-vidas antes de ser resgatada.

O naufrágio do “Ignez de Castro” exemplifica os desafios enfrentados pelos primeiros vapores oceânicos, particularmente a vulnerabilidade dos sistemas de propulsão de um único eixo, sem mecanismos de redundância. A sua perda ilustra as dificuldades tecnológicas da navegação a vapor no século XIX, marcando mais um episódio na história da transição dos navios à vela para os vapores, que viriam a revolucionar definitivamente o comércio e o transporte marítimo global.
 

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Colaboração de Alexandre Monteiro com a APP, texto respigado da página que o autor mantém no Facebook, intitulada "Um Mergulho na História".
Nesse espaço, o arqueólogo náutico e subaquático, também investigador universitário, mantém a secção "Um naufrágio por dia".
É dessa secção que resgigamos o texto que aqui publicamos.

"Um Mergulho na História" trata de "Naufrágios portugueses no Mundo, património cultural subaquático de Portugal e Ilhas, arqueologia náutica e subaquática, piratas, corsários e tesouros, reais, percepcionados e imaginários submersos".
A visitar em https://www.facebook.com/mergulho.historia

Alexandre Monteiro é arqueólogo náutico e subaquático, investigador do HTC-CFE da Universidade Nova de Lisboa e membro da Academia de Marinha.

É pós-graduado em Mergulho Científico, instrutor de mergulho e mergulhador profissional, tendo projectos de arqueologia com as autarquias de Alcácer do Sal, Lagos e Esposende e, no estrangeiro, nos Emirados Árabes Unidos e na Austrália.

É consultor da UNESCO, do governo de Cabo Verde e da Missão de Combate aos Crimes contra o Património Cultural da OSCE.

É, há 25 anos, o criador das bases de dados relativos a naufrágios históricos de Portugal Continental, Açores e Madeira, bem como de Omã e Cabo Verde.

 

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