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Um Mergulho na História | Por Alexandre Monteiro

O naufrágio da Barca «Nymphen», a 11 de Janeiro de 1983, nos Açores

A “Nymphen” era uma barca de casco em madeira, construída em 1855 em Freeport, no Maine, EUA. Com um comprimento de 43,7 metros, largura de 8,5 metros e calado de 6,2 metros, tinha uma tonelagem bruta de 721 toneladas e líquida de 699 toneladas. Era geralmente guarnecida por 15 tripulantes.

Originalmente lançada à água como “USA Times”, foi vendida em 1864 aos armadores noruegueses B. Berger e T. C. Bruun, sendo registrada em Drammen. Entre 1875 e 1879, foi vendida a G. C. Hellesen, também de Drammen, e, entre 1883 e 1893, foi de propriedade de O. Eriksen e H. N. Gjersøe, de Kristiania, a atual Oslo.

Entre 1866 e 1871, a “Nymphen” foi utilizada no transporte de emigrantes noruegueses para o Canadá, levando entre 300 a 360 passageiros de cada vez, executando travessias de cerca de dois meses, em condições muitas vezes difíceis, marcadas por mortes e nascimentos a bordo, e pela eclosão de surtos de doenças, que se propagavam muito rapidamente num navio tão apinhado como aquele. Desembarcados os emigrantes, o porão era reconfigurado e, na volta para a Noruega, a barca transportava madeira canadiana para a Europa.

A 11 de Janeiro de 1893, sob o comando do capitão Hans Jespersen, algo aconteceu à “Nymphen” pelas alturas dos Açores. A barca, que seguia de Pensacola, na Flórida, carregada de madeira diversa para Rochefort, na Aquitânia francesa, das duas, uma: ou encalhou na ponta oeste da ilha Graciosa; ou foi propositadamente encalhada no areal do porto da Praia da Vitória, na ilha Terceira, para não se afundar.

Todas as fontes inglesas e americanas, e uma regional, dizem que se perdeu na Graciosa. Ora, a Alfândega de Angra do Heroísmo, diz que, para além de outras avarias que a impossibilitavam de seguir viagem, a barca trazia água aberta, pelo que, a requerimento de Jespersen, fora passada vistoria ao navio, a qual determinou, de acordo com a opinião dos peritos competentes do porto da vila da Praia da Vitória, que a barca fosse encalhada na praia, para não ir a pique. O que aconteceu, depois de se haver salvo aparelho e os mantimentos, que foram vendidos em hasta pública, por conta do referido capitão, bem como a carga de madeira, que foi descarregada após o encalhe.

O que verdadeiramente aconteceu, não se sabe, ainda. O que se sabe ao certo é que precisamos, um dia destes, de ir procurar a resposta aos arquivos.

Até lá, sabemos com certeza que se perdeu nos Açores. E que a “Nymphen”, enquanto navio de emigrantes e de mercadorias, representa uma pequena nota de rodapé na história marítima norueguesa.

E na açoriana, já agora.

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Colaboração de Alexandre Monteiro com a APP, texto respigado da página que o autor mantém no Facebook, intitulada "Um Mergulho na História".
Nesse espaço, o arqueólogo náutico e subaquático, também investigador universitário, mantém a secção "Um naufrágio por dia".
É dessa secção que resgigamos o texto que aqui publicamos.

"Um Mergulho na História" trata de "Naufrágios portugueses no Mundo, património cultural subaquático de Portugal e Ilhas, arqueologia náutica e subaquática, piratas, corsários e tesouros, reais, percepcionados e imaginários submersos".
A visitar em https://www.facebook.com/mergulho.historia

Alexandre Monteiro é arqueólogo náutico e subaquático, investigador do HTC-CFE da Universidade Nova de Lisboa e membro da Academia de Marinha.

É pós-graduado em Mergulho Científico, instrutor de mergulho e mergulhador profissional, tendo projectos de arqueologia com as autarquias de Alcácer do Sal, Lagos e Esposende e, no estrangeiro, nos Emirados Árabes Unidos e na Austrália.

É consultor da UNESCO, do governo de Cabo Verde e da Missão de Combate aos Crimes contra o Património Cultural da OSCE.

É, há 25 anos, o criador das bases de dados relativos a naufrágios históricos de Portugal Continental, Açores e Madeira, bem como de Omã e Cabo Verde.
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A "Nymphen”, em 1855; mapas da Graciosa e da Terceira, ambos de 1893



 







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