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Um Mergulho na História | Por Alexandre Monteiro

Neste dia 25 de Janeiro, o naufrágio da escuna britânica «Leander», na barra de Portimão

A escuna britânica” Leander” tinha 155 toneladas de porte, pertencia ao porto de Dartmouth e navegava de Cartagena, em Espanha, para Newcastle, no Reino Unido com 2500 quintais de chumbo em lingotes.

No dia 25 de Janeiro de 1849, a “Leander” chegou ao largo de Portimão, onde pretendia fazer escala, para carregar cortiça.

Como era costume, pediu um piloto local, pelo que o Patrão-mor da Vila Nova de Portimão embarcou na sua catraia e se dirigiu até à escuna, que pairava ao largo da barra. Quando chegou ao navio britânico, averiguou quantos pés de água aquele demandava, com aquela carga toda, e deixou a bordo um prático. Depois, foi até ao banco de areia que convinha evitar na barra, para o sinalizar, e fez sinal ao prático para por a escuna dentro do rio Arade.

Embora estivesse preia-mar, que era o que se queria, fazia-se também sentir um vento fresco de sudoeste, que se combinava com um mar agitado. Por qualquer razão que só prático poderia explicar, ao entrar na barra, a escuna descaiu para sotavento para cima do dito banco de areia, no qual deu uma forte pancada, imediatamente ficando sem leme, por se lhe quebrarem os machos do mesmo.

Desgovernada, a escuna foi encalhar no baixo mais baixo da barra, da parte do noroeste, na praia das Artes, a oeste da fortaleza de Santa Catarina, não se podendo de lá tirar por mais esforços que se fizessem, sob orientação do comandante do porto, Domingos Leonardo Vieira, nem mesmo com a tripulação do capitão Thomas Keslake a picar então os mastros, como picou.

Os caíques da Armada “Tejo” e “Mindelo” também prestaram ajuda nos salvados, por entre a caça ao contrabando, que sempre se fazia, tanto assim que o “Mindelo” pescou umas bilhas e botijas em barro, que estavam submersas, onde alguém escondera tabaco em folha e charutos, tudo indo parar à Alfândega de Olhão.

Conseguiu-se, dos 2500 lingotes de chumbo, salvar 2484, isto porque os restantes 16 estavam já cobertos por quase dois metros de água e areia, já que o casco do navio se enterrara a essa profundidade. Aliás, por essa mesma razão, a vistoria de peritos que o comandante do porto de Vila Nova de Portimão fizera executar, dera veredicto de condenação do casco, por ser impossível extraí-lo do banco de areia - ou pelo menos, de não ser nada barato extraí-lo, obra que não valeria a pena fazer, em termos de custos, porque o casco era já velho.
 

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Colaboração de Alexandre Monteiro com a APP, texto respigado da página que o autor mantém no Facebook, intitulada "Um Mergulho na História".
Nesse espaço, o arqueólogo náutico e subaquático, também investigador universitário, mantém a secção "Um naufrágio por dia".
É dessa secção que resgigamos o texto que aqui publicamos.

 

"Um Mergulho na História" trata de "Naufrágios portugueses no Mundo, património cultural subaquático de Portugal e Ilhas, arqueologia náutica e subaquática, piratas, corsários e tesouros, reais, percepcionados e imaginários submersos".
A visitar em https://www.facebook.com/mergulho.historia

Alexandre Monteiro é arqueólogo náutico e subaquático, investigador do HTC-CFE da Universidade Nova de Lisboa e membro da Academia de Marinha.

É pós-graduado em Mergulho Científico, instrutor de mergulho e mergulhador profissional, tendo projectos de arqueologia com as autarquias de Alcácer do Sal, Lagos e Esposende e, no estrangeiro, nos Emirados Árabes Unidos e na Austrália.

É consultor da UNESCO, do governo de Cabo Verde e da Missão de Combate aos Crimes contra o Património Cultural da OSCE.

É, há 25 anos, o criador das bases de dados relativos a naufrágios históricos de Portugal Continental, Açores e Madeira, bem como de Omã e Cabo Verde.

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