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Reportagem
«Já retirámos 15 toneladas de plástico do oceano para fazer fio»
O mar está em risco de ter mais plástico do que peixes, mas em Portugal há empresas a transformar o lixo marinho em produtos sustentáveis. Ténis, óculos e sacos já foram garrafas de plástico ou redes de pesca e ganharam uma nova vida
A poluição dos oceanos é um dos maiores problemas ambientais. Um estudo da consultora McKinsey revela que, das 260 milhões de toneladas de plástico de que nos desfazemos, apenas reaproveitamos 12%, enquanto os restantes 88% terminam incinerados ou são levados para aterros, ou mesmo para locais inconcebíveis do planeta, como é o caso do abismo Challenger, situado a 11 mil metros de profundidade, no fundo marinho, onde praticamente nem o homem chega.
Segundo a Greenpeace, o mundo produz 500 milhões de toneladas de objetos de plástico. Muitos apenas de uso único, como garrafas, pratos, sacos, palhinhas, entre outros. Se nada for feito, uma estimativa realizada pela Fundação Ellen MacArthur, organização especializada em economia circular — até 2050 poderá haver mais plástico do que peixes no oceano.
Mas há empreendedores que arregaçaram as mangas, aproveitando este “lixo” para fazer novos produtos. Em Portugal. É o caso da Startup SKIZO, uma empresa de impacto social e ambiental de venda direta ao consumidor que usa a ciência dos materiais para trazer inovações têxteis e patentes revolucionárias para o mundo. “Já recolhemos 15 toneladas de plástico do oceano”, contabiliza André Facote, um dos fundadores da SKIZO, juntamente com Andreia Coutinho.