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Profissões, Artes, Cargos e Ofícios de Lisboa na Época Moderna (Séculos XV-XIX)
O Tanoeiro
A era da expansão ultramarina elevou a profissão de tanoeiro a importante peça na engrenagem da epopeia marítima. A obra de tanoaria transformou-se no meio de cálculo da arqueação dos navios de grande porte “[…] as maiores naus da Índia, pelos finais do século XVI e princípio do século XVII, deveriam andar pelos 17-18 rumos de quilha, correspondendo a c. de 600 tonéis de arqueação […] uma nau ou galeão dizia-se que eram de 500 tonéis por poderem efetivamente transportar 500 tonéis no espaço considerado, que era todo aquele que estava abaixo do convés. […] Para o cálculo final da arqueação considerava-se que os espaços vazios eram preenchidos com pipas, correspondendo cada duas a um tonel” [DOMINGUES, 2002].
A preparação de uma armada envolvia grandes contingentes de oficiais mecânicos, como carpinteiros, calafates e também os tanoeiros. Estes integravam as armadas para executar, sempre que necessário, pipas, barricas e barris, e eram também os responsáveis pelos recipientes usados para a conservação das mercadorias e dos víveres levados a bordo (água, vinho, azeite, biscoito, etc.). As exigências da época nesta matéria eram tão altas que o número de tanoeiros era insuficiente. De tal modo que segundo João Brandão de Buarcos, em 1552, uma nau tanoeira do Porto vinha todos os anos a Lisboa para comercializar entre três a quatro mil pipas e tonéis «abatidas, acompanhadas por tanoeiros que as armam nesta cidade” (BRANDÃO, 1916, p. 43).
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