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Notícias
Porto de Lisboa encerrou 19.ª conferência da AIVP e passou o testemunho a Nova Iorque, cidade anfitriã do evento em 2026
Terminou sexta-feira a 19ª Conferência Mundial da AIVP-Associação Internacional de Cidades Portuárias, que reuniu em Lisboa dezenas de especialistas, decisores e líderes de todo o mundo, tendo o Porto de Lisboa como anfitrião de três dias de intensos debates e partilhas sobre os desafios e oportunidades das cidades portuárias modernas. No encerramento oficial, foi anunciado que a 20ª edição desta conferência terá lugar no Porto de Nova Iorque, nos Estados Unidos, em 2026.
O encerramento contou com a participação Carlos Correia e Isabel Moura Ramos, respetivamente presidente e vogal do Conselho de Administração da APL, de Mario Girard, Presidente do Conselho de Administração do Porto do Quebec, Canadá, e de Andrew Kimbally, Presidente da New York City Economic Development Corporation, EUA.
Para Isabel Moura Ramos a realização da 19ª Conferência da AIVP em Lisboa reforçou a relevância do Porto de Lisboa no cenário global. «Esta conferência mostrou, mais uma vez, que os portos e as cidades estão interligados de forma inquebrável. Os desafios que enfrentamos – desde a sustentabilidade ambiental às exigências sociais e económicas – só podem ser ultrapassados através de uma chamada colaborativa à ação e através modelos colaborativos e fóruns como estes. A AIVP proporciona uma plataforma única para partilharmos soluções de integração dos portos com as cidades e sobretudo com os cidadãos, estando alinhadas com a visão estratégica do Porto de Lisboa para sua relação com as Cidade, olhando a um futuro mais sustentável.»
A segunda visita a Lisboa deste evento da AIVP, após uma primeira edição em 2004, foi palco de avanços significativos, com destaque para três iniciativas de grande impacto:
Assinatura da Agenda AIVP 2030: Juntamente com o Porto de Lisboa, a AML-Área Metropolitana de Lisboa, a Câmara de Lisboa e a Camara de Oeiras subscreveram esta importante agenda, que estabelece dez objetivos estratégicos para cidades portuárias sustentáveis e 46 medidas, e foi originalmente adotada em 2018, no Quebeque, Canadá. A Agenda AIVP 2030 reflete o compromisso dos membros da AIVP em enfrentar os desafios ambientais, sociais e económicos das cidades portuárias, e vai ser entregue e apresentada na Conferência das Nações Unidas dos Oceanos, a realizar em Nice, França, em junho de 2025;
Assinatura, pelos Portos de Lisboa (APL) e de Setúbal (APSS) e pela Autoridade Portuária de Vigo (APV), de um Memorando de Entendimento (MoU) de colaboração para fortalecimento da economia azul, inovação, e desenvolvimento sustentável da relação porto-cidade;
Entrega do Prémio AIVP - Antoine Rufenacht: Foi em Lisboa que pela primeira vez foi atribuído este prémio, que reconhece projetos inovadores em estratégias integradas para o desenvolvimento sustentável das cidades portuárias. Entre os 23 projetos candidatos e seis finalistas, o Porto da Cidade de Tânger (Marrocos) venceu a primeira edição do Prémio e o HAROPA PORT (Paris, França) recebeu a menção honrosa especial. Ficou confirmado que a segunda edição do prémio terá lugar na 20ª Conferência da AIVP, em 2026.
Com mais de 400 participantes de todo o mundo reunidos no Porto de Lisboa, a 19ª Conferência da AIVP reafirmou-se como um dos eventos mais relevantes na área das cidades portuárias. Entre os presentes, destacaram-se líderes políticos e técnicos, decisores estratégicos e especialistas internacionais, como Édouard Philippe, presidente da AIVP, maire de Le Havre, França e potencial candidato às próximas eleições presidenciais; Fabrice Loher, ministro francês do Mar e da Pesca; Olivier Poivre d’Arvor, embaixador francês para Conferência dos Oceanos (UNOC); e Julie Green, vice-Diretora Geral da CLIA.
Do lado nacional marcaram presença neste evento Hugo Espírito Santo, Secretário de estado das Infraestruturas, Carlos Moedas e Isaltino de Morais, respetivamente presidente da Câmara de Lisboa e de Oeiras e Carlos Humberto, Secretario Geral da AML, entre muitos especialistas e representantes de peso ligados às áreas do mar, ambiente, urbanismo e portos. A Conferencia foi, assim, uma plataforma privilegiada para a troca de boas práticas, exploração de tendências emergentes e discussão de desafios comuns.
Outro destaque do dia de encerramento foi a sessão da manhã, “Port City Debate - Rapporteurs' feedback” da 19ª conferência mundial AIVP, onde apresentaram as principais ideias debatidas pelas dezenas de participantes das sessões paralelas, explorando temas cruciais sobre cidades-portuárias e o seu futuro sustentável:
Sessão Cruzeiros e Mobilidade (Peter V. Hall): Eficiência dos terminais e integração urbana, destacando Lisboa e Leixões como exemplos; soluções tecnológicas foram debatidas, equilibrando inovação e armadilhas, enquanto a mobilidade foi valorizada pela comunidade.
Sessão Interface Porto-Cidade e Clima (Benno Bultink): Propôs mudanças de mentalidade para gerir recursos hídricos e alcançar equilíbrio sustentável; destacou a flexibilidade e ganhos para a comunidade, como licenças sociais para operações portuárias.
Sessão Cultura e Governança (Hilda Ghiara): Enfatizou visões multidimensionais e multistakeholders, abordando dinâmicas de poder e coexistência de funções; conhecimento técnico e cultural emergem como essenciais para governança eficaz.
Sessão Ambiente e Biodiversidade (Sébastien Dupray): Sublinhou a transição ecológica com inovação e cooperação, defendendo engajamento precoce, impacto monitorizado e soluções sistémicas para biodiversidade, saneamento e inclusão cidadã.
Sessão Economia Azul e Inovação (Isabelle Vries): O papel ativo das autoridades portuárias impulsiona redes e interações; educação, financiamento e monitorização são chaves para superar desafios como competição e integração setorial.
Sessão Transição Energética (Michele Acciaro): Portos são centrais na transição energética, viabilizando adoção com inovação, financiamento e colaboração; soluções equilibram necessidades concorrentes, com transição justa e apoio societal indispensáveis.
O Porto de Lisboa reforça assim o seu papel de liderança na promoção de soluções integradas que beneficiam não só a economia, mas também as comunidades e o ambiente. Com os olhos postos em 2026, o espírito de colaboração e inovação continuará a guiar o caminho para cidades portuárias mais conectadas e sustentáveis.