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Notícias
Um futuro para a humanidade a 200 metros sob as ondas do oceano
Testar a viabilidade de colónias humanas a habitar o meio marinho, a 300 metros de profundidade, por longos períodos, assim se consubstanciava o projeto Conshelf (Continental Shelf Station), que ocupou o trabalho do oceanógrafo francês Jacques-Yves Cousteau na década de 60. Em três fases principais, Cousteau e a sua equipa estudaram os efeitos da pressão subaquática no corpo humano e a sustentabilidade de vida submersa. Da teoria à prática, apenas três módulos foram concluídos, instalados a uma profundidade máxima de 100 metros.
Nas últimas décadas, diversos projetos apontam a vontade humana de habitar em permanência diferentes regiões das plataformas continentais, com fins diversos. O habitat subaquático Aquarius Reef Base, ativo desde os anos 80 nas Florida Keys, é um exemplo viável para pesquisas oceânicas e de treino de astronautas da NASA. O SeaOrbiter, uma estação de pesquisa semissubmersa concebida pelo arquiteto e oceanógrafo francês Jacques Rougerie, ainda em desenvolvimento, centra-se em estudos oceanográficos. Já o Proteus, projeto do explorador Fabien Cousteau, neto de Jacques, visa construir um habitat modular submerso nas Caraíbas até ao final desta década.
Nas cercanias da cidade de Bristol, na costa ocidental inglesa, uma pedreira de calcário abandonada oferece a sua enorme bacia de águas pluviais à investigação da futura permanência humana em fundos marinhos. Com 600 metros de comprimento, 100 metros de largura e 80 metros de profundidade, a pedreira serve os testes da visão futurista de uma empresa britânica de tecnologia oceânica, a DEEP. Em outubro de 2023, em conferência de imprensa, a DEEP anunciou o desígnio do trabalho que desenvolvia em segredo há vários anos: o de criar um habitat subaquático designado sistema oceânico Sentinel.
Até ao final de 2026, a empresa britânica de investigação oceânica propõe-se colocar no fundo marinho, a 200 metros de profundidade, “uma tripulação de seis indivíduos totalmente treinados, enviada para o sistema Sentinel, o que iniciará a era da presença contínua da humanidade debaixo de água”. Assim apontava a DEEP em comunicado de imprensa no momento do anúncio do seu projeto. É intenção da empresa britânica ampliar o acesso humano à maioria das plataformas continentais do mundo, incluindo a zona epipelágica, ou “luz solar”. O objetivo é levar a espécie a “tornar-se uma parte natural dos biomas e ambientes oceânicos”, como destaca no seu site.