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Indústria de Cruzeiros tem um impacto 1.934 milhões de euros em Lisboa

O Porto de Lisboa realizou, recentemente o “Encontro para a Sustentabilidade da Atividade de Cruzeiros em Lisboa”, no âmbito do seu 137º aniversário, que se assinalou entre 26 de outubro e 1 de novembro. O evento, que teve lugar no Terminal de Cruzeiros de Lisboa, sublinhou a relevância da indústria de cruzeiros para a economia nacional e local, bem como os esforços que estão a ser assegurados para mitigar o impacto ambiental deste setor.

De acordo com o estudo “Avaliação do Impacto Económico da Indústria de Cruzeiros em Lisboa 2023”, realizado pela Nova SBE, esta atividade representou 0,3% do PIB nacional em 2023, gerando 794 milhões de euros, um aumento de 136%, ou seja, mais 458 milhões de euros face aos 336 milhões de 2019.

Conclusões do Estudo:
• O setor dos cruzeiros em Lisboa representou 2,16% do PIB do Turismo Nacional, gerando 1.934 milhões de euros em produção (impactos totais – indireto, direto e induzido) e um impacto direto de 794 milhões de euros.
• Cada navio de cruzeiro que faz escala no Porto de Lisboa contribui, em média, com 2,29 milhões de euros para o PIB, cria 59 postos de trabalho e gera 0,91 milhões de euros em receitas fiscais. Estes valores representam um crescimento significativo face a 2019.
• Os passageiros de cruzeiros em Lisboa gastam, em média, 159€, o que demonstra um aumento face aos valores apurados em 2022 e 2019.
• O impacto da atividade económica dos cruzeiros é sentido em vários setores da economia portuguesa:
o Alojamento: 142 milhões de euros
o Agências de Viagens: 112,8 milhões de euros
o Venda a Retalho: 108,8 milhões de euros
o Restauração: 81,3 milhões de euros
o Transportes: 79,6 milhões de euros

A indústria foi ainda responsável por 1.934 milhões de euros em produção, 317 milhões de euros em impostos e pela criação de mais de 20 mil postos de trabalho. Valores que confrontam favoravelmente com os de 2019, que foram, designadamente: 840 milhões de euros em produção; 133 milhões em impostos e 8 863 empregos.

Carlos Correia, presidente do Conselho de Administração da APL, salientou que «o Porto de Lisboa tem um papel fundamental no desenvolvimento económico da Cidade e do País, e o turismo de cruzeiros é uma parte importante desse contributo». No entanto, assumiu Carlos Correia, «estamos conscientes da necessidade urgente de conciliar este crescimento com a preservação ambiental. Por isso, assumimos o compromisso de liderar uma transição para práticas mais sustentáveis, trabalhando em estreita colaboração com parceiros estratégicos para reduzir o impacto ambiental da nossa atividade».

O evento formalizou também a criação do Comité de Sustentabilidade da Atividade de Cruzeiros em Lisboa, uma iniciativa colaborativa que se destaca pelo empenho conjunto na promoção de soluções sustentáveis para o setor do turismo de cruzeiros, em Lisboa e em Portugal.

O Comité envolve diversos parceiros estratégicos ligados ao setor, como a APL, Câmara Municipal de Lisboa, AGEPOR, ANA Aeroportos, CLIA (Cruise Lines International Association), LCP (Lisbon Cruises Port) e Turismo de Lisboa, que assinaram o Memorando. A estes juntaram-se novos parceiros, igualmente com intervenção e interesse no tema da sustentabilidade dos cruzeiros, como o Turismo de Portugal, a TAP e a Associação Zero, que irão proceder à assinatura do Memorando brevemente.

Além dos benefícios económicos, o Porto de Lisboa destacou ainda o seu compromisso com a sustentabilidade, tendo sido apresentados projetos inovadores para reduzir as emissões poluentes dos navios, reforçando o objetivo de uma transição para práticas mais responsáveis e amigas do ambiente. A meta é assegurar que Lisboa continue a ser um destino de excelência no setor do turismo de cruzeiros, equilibrando a proteção ambiental com o crescimento económico sustentável.

Neste sentido, foi apresentado o estudo “Monitorização da Qualidade do Ar na envolvente do Terminal de Cruzeiros de Lisboa”, que avaliou as emissões dos navios, nos locais de influência dos navios de cruzeiros, ao longo de um ano. Os resultados indicam que, apesar de algumas ultrapassagens pontuais aos valores-guia da OMS para partículas finas e dióxido de azoto, os níveis de poluição em Lisboa permaneceram dentro dos limites legais europeus e nacionais.