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Poeira transportada dos continentes pelos ventos aumenta a produtividade no Oceano Antártico

Um estudo conduzido pelo Centro de Excelência ARC para os Extremos Climáticos, em colaboração com a Universidade da Tasmânia e o CSIRO, estima que a poeira soprada pelo vento proveniente dos continentes alimenta um terço do crescimento do fitoplâncton no Oceano Antártico.

Jakob Weis, principal autor do estudo, afirma que o fitoplâncton é um actor-chave no ciclo global do carbono nos oceanos.

“O fitoplâncton é uma alga microscópica que constitui a base das cadeias alimentares marinhas. Através da fotossíntese, utilizam o dióxido de carbono (CO2) para converter a energia solar em alimento”, explica.

“Quando o fitoplâncton morre e se afunda nas profundezas do oceano, o carbono absorvido na sua biomassa é armazenado durante longos períodos de tempo, removendo efetivamente o carbono da atmosfera”, acrescenta.

Jakob Weis sublinha que “quanto mais o fitoplâncton crescer, mais carbono pode ser armazenado no oceano. Mas, tal como as plantas em terra, o fitoplâncton necessita de nutrientes e luz para se desenvolver.”

“A poeira transportada dos continentes pelos ventos fornece ferro ao fitoplâncton, um micronutriente essencial que escasseia no Oceano Antártico”, adianta.

“Pela primeira vez, o nosso estudo mostra que a poeira terrestre rica em ferro trazida pelo vento “fertiliza” cerca de um terço do crescimento do fitoplâncton no Oceano Antártico, fazendo com que a produtividade alimentada pela poeira contribua significativamente para a capacidade do oceano de armazenar carbono”, afirma.

No centro do novo estudo está uma análise dos modelos atmosféricos e das observações dos oceanos para obter uma relação crítica entre a deposição de poeiras no Oceano Antártico e o crescimento do fitoplâncton.

Esta relação é crucial para compreender como as futuras alterações nos fluxos de poeiras afetarão o crescimento do fitoplâncton e a produtividade dos nossos oceanos.

Weis explica que a deposição de poeiras no oceano poderá mudar rapidamente no futuro, influenciada pelo aquecimento global e pelas alterações na utilização dos solos. “Num futuro próximo, a deposição de poeiras no Oceano Antártico poderá sofrer alterações rápidas devido a condições mais secas e ventosas ou a alterações na utilização dos solos”, afirma.

“As alterações na deposição de poeiras teriam consequências importantes para o crescimento do fitoplâncton, com impacto nos ecossistemas oceânicos e nas pescas. As nossas descobertas fornecem as ferramentas para ajudar a prever estas alterações”, acrescenta.

Perceber como é que o fitoplâncton irá mudar no futuro

“Podemos utilizar as previsões da deposição de poeiras, calculadas por modelos informáticos, e combiná-las com a nossa nova relação para estimar a forma como o crescimento do fitoplâncton irá mudar no futuro”, aponta.

Os investigadores descobriram esta ligação direta entre a poeira e o crescimento do fitoplâncton medindo as concentrações de nitrato em 13 600 locais no Oceano Antártico, utilizando uma frota de robôs oceânicos denominados flutuadores biogeoquímicos Argo.

Os flutuadores Argo andam à deriva a uma “profundidade de estacionamento” de 1000 metros, depois descem até 2000 metros e sobem à superfície de 10 em 10 dias, efetuando medições ao longo do percurso, durante anos a fio. À superfície, transmitem os dados via satélite e depois descem novamente.

“Durante o período de florescimento, na primavera e no verão, o fitoplâncton consome nitrato, outro nutriente essencial”, diz Weis.

O investigador sublinha que “ao medir a quantidade de nitrato que desaparece sazonalmente, calculámos o crescimento do fitoplâncton e combinámos estas estimativas de crescimento com a deposição simulada de poeiras.”

Utilizando simulações de poeiras passadas, os investigadores também obtiveram uma melhor compreensão do crescimento do fitoplâncton durante a última idade do gelo.

“Durante as eras glaciais, uma combinação de condições mais secas, níveis do mar mais baixos e ventos mais fortes significava que a deposição de poeira no Oceano Antártico era até 40 vezes superior à atual”, revela.

“Quando aplicámos simulações de poeiras da última idade do gelo à nossa nova relação, estimámos que o crescimento do fitoplâncton era duas vezes maior durante esses tempos mais poeirentos do que é hoje”, acrescenta.

Segundo Weis, esta relação pode ser utilizada para melhorar os modelos climáticos globais, permitindo-nos compreender melhor a forma como a fertilização dos oceanos pelas poeiras pode influenciar as concentrações atmosféricas de CO2.

“O que estamos a fornecer com esta nova relação é um componente que pode ser integrado nos modelos climáticos globais, tornando as suas previsões mais exactas”, explica.

“Estes modelos dar-nos-ão uma visão global da forma como as alterações na produtividade dos oceanos, juntamente com a circulação e a química dos oceanos, afectam a capacidade dos oceanos para armazenar carbono e, assim, regular os níveis de CO2”, conclui.

A investigação foi publicada na revista Nature.

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