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Portos portugueses vão ser alvo de fortes investimentos nos próximos anos
Milhões de euros serão investidos na modernização dos portos e respetivas infraestruturas
Apesar da época de incerteza e complexidade que se vive no setor marítimo-portuário a nível nacional e mundial, os portos portugueses, incluindo os das regiões autónomas da Madeira e Açores, estão a desenvolver e implementar diversos projectos e investimentos que irão ajudar a potenciar o sistema portuário nacional.
Durante a quarta edição da "Porto Maritime Week", iniciativa do Transportes & Negócios que teve início esta segunda-feira, no Porto de Leixões, todos os presidentes dos portos nacionais (com exceção do Porto de Sines, que não esteve presente) falaram sobre o futuro dos portos a que presidem e explicaram os investimentos que serão realizados, no painel “Planos e Estratégias para os Portos Nacionais”.
João Neves, presidente dos portos de Leixões e Viana do Castelo, disse que a APDL está a «trabalhar na revisão do Plano Estratégico do Porto de Leixões, porque não contempla alguns fenómenos e projetos que eram importantes, como o encerramento da refinaria de Leça da Palmeira e a gestão do terminal ferroviário da Guarda.» João Neves, depois falou sobre os projetos em causa, que incluem a Expansão do Terminal de Contentores Norte, o Estudo sobre a Náutica de Recreio, a Modernização das Vias Portuárias e o Reordenamento do acesso ao terminal ferroviário de Leixões, a Modernização da Ponte Móvel, a Construção de um novo Centro Inspetivo, o novo Datacenter, a implementação de um projeto de “Onshore Power Supply” - que irá permitir fornecer energia elétrica a navios de contentores e cruzeiros e a digitalização, entre outros.
Relativamente ao terminal ferroviário da Guarda, cuja gestão pertence à APDL, João Neves salientou que «a obra será lançada muito em breve e no próximo ano queremos arrancar com as operações neste terminal». Já para Viana do Castelo, anunciou que brevemente será apresentado um estudo de mercado para o desenvolvimento do Porto de Viana do Castelo e será criado um projeto offshore que irá permitir a expansão do porto, criando condições para que algumas indústrias geradoras de carga se possam implementar no espaço portuário.
Eduardo Feio, presidente dos Portos de Aveiro e Figueira da Foz, revelou que pretende reforçar o posicionamento do Porto de Aveiro na Rede Transeuropeia de Transportes, salientando «não entender» porque Aveiro não está na rede “core” da UE. O presidente da APA e APFF disse que alguns do projetos e investimentos previstos contemplam «o reforço da eficiência e segurança dos serviços portuários para capacitar o Porto de Aveiro para navios de maior dimensão, até 32 metros de boca e 50 mil toneladas de deslocamento». Outro projeto em curso é a expansão poente do porto para o offshore eólico flutuante. Já na Figueira da Foz, destaque para a construção de um terminal intermodal na ZAL, com 9 hectares e capacitado para operar comboios até 750 metros, a construção de uma nova marina, o investimento na indústria offshore e a descarbonização e digitalização do porto, através da ampliação da rede elétrica de AT e MT e oferta de serviços de “Onshore Power Supply”.
O presidente dos Portos de Lisboa e Setúbal, Carlos Correia, referiu que apesar de a APL e APSS não terem um plano estratégico, «existe uma estratégia definida» que envolve cada vez mais os dois portos e que permitiu, por causa destas sinergias conjuntas, que o Porto de Setúbal passasse a fazer parte da rede “core” da RTE-T e beneficiasse de acesso a fundos comunitários.
Carlos Correia lembrou os projetos em curso, nomeadamente o investimento da Yilport Iberia no Terminal de Contentores de Alcântara, cuja segunda fase está prestes a arrancar e que prevê a modernização e aumento da eficiência operacional do terminal da Liscont, num investimento de 130 milhões de euros. Carlos Correia anunciou ainda outros projetos, como o lançamento dos concursos para as concessões da área oriental do Porto de Lisboa; o “Onshore Power Supply”, projeto de abastecimento de energia elétrica Shore-to-ship nos terminais da zona oriental e terminal de cruzeiros, que significará um investimento de 30 milhões de euros; a concessão da reabilitação e gestão da doca de Pedrouços e reabilitação das Docas de recreio e polo náutico de Belém; e o projeto de navegabilidade do estuário do Tejo até Castanheira do Ribatejo. Já sobre o Porto de Setúbal, Carlos Correia referiu que «no próximo mês, iremos lançar o projeto de melhoria das acessibilidades ferroviárias “Rail2Green”, que significará a eletrificação do last mile ferroviário. É um projeto de 20 milhões de euros, através de um protocolo com a IP, que vai permitir a eletrificação total das linhas nos acessos aos terminais e capacitar para a circulação de comboios com 750 metros.»
A sessão contou ainda com a presença, pela primeira vez, dos responsáveis pelos Portos da Madeira e dos Açores. Paula Cabaço, da APRAM, manifestou a intenção de investir, nomeadamente do Porto do Funchal, em projetos de “Onshore Power Supply” para abastecer com energia elétrica os navios de cruzeiros e também no projeto “Green Ports Madeira”, uma vez que a descarbonização é um dos principais objetivos da administração dos Portos da Madeira. Paula Cabaço anunciou, ainda, que pretende avançar com a aquisição de rebocadores movimentados a energias alternativas e produção de energias verdes.
Já Rui Terra, dos Portos dos Açores, falou sobre as dificuldades dos portos açorianos, inerentes à sua insularidade, e referiu que além do Plano Estratégico dos Portos do Açores, que já está em curso, está prevista a construção de novos parques de invernagem, para manutenção de embarcações de recreio; e a aposta no turismo de cruzeiros e respetivas infraestruturas de apoios aos turistas.
No primeiro dia da “Porto Maritime Week” teve ainda lugar um segundo painel, que contou com a participação das Comunidades Portuárias dos portos do Continente, que abordaram as suas principais preocupações, enquanto parceiros das administrações portuárias. Sobre o Novo Regime Jurídico do Setor Portuário, os representantes das Comunidades Portuárias, salientaram a urgência da publicação do diploma e esperam que o prazo limite das concessões seja aumentado para os 75 anos, de modo a que possam rentabilizar os investimentos realizados.
Esta terça-feira, dia 26 de setembro, terá lugar o segundo dia da “Porto Maritime Week” e que contará com três sessões: “Desafios e oportunidades da eólica offshore”; “Estratégia europeia para o shipping”; “A descarbonização do shipping”.
O Programa completo e toda a informação sobre as inscrições está disponível em:
https://lp.egoi.page/oe1Fe16gb/signup