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Notícias

E se tivesse de mudar de profissão porque já não há oceano?

Vasco Ribeiro (surf), Joana Schenker (bodyboard), Fernando Pimenta (canoagem) e Miguel Lacerda (mergulho) surpreenderam os seus seguidores nas redes sociais ao anunciar que iriam colocar um ponto final nas respectivas carreiras. No entanto, tratou-se apenas de uma campanha de comunicação promovida pelo canal Discovery para lembrar a importãncia dos oceanos.

A campanha, com criatividade da Mustard, parte da ideia de que os quatro atletas não poderão continuar a praticar as suas modalidades devido à poluição causada pelo plástico. Por isso mesmo, cada um deles partilhou no Instagram uma foto das suas novas profissões, voltando a apanhar os seguidores de surpresa. Vasco Ribeiro dedicar-se-ia ao imobliário, Joana Schenker à contabilidade, Fernando Pimenta à jardinagem e Miguel Lacerda descobriria os encantos de ser soldador.

“Todas as novas profissões estão ligadas aos equipamentos que estes usam nos seus desportos e que teriam, agora, uma nova utilidade”, explica o Discovery. Um filme divulgado no canal e nas redes sociais conta toda a verdade sobre estas mudanças de vida.

“Através desta campanha, o Discovery alerta para as consequências futuras do uso abusivo dos plásticos nas nossas vidas, sobretudo para os oceanos, deixando de haver aqui espaço para os humanos”, explica ainda o canal.

A Marketeer falou com os quatro atletas sobre as expectativas relativamente a este projecto, mas também sobre o papel das marcas na sensibilização dos consumidores. Vasco Ribeiro, Joana Schenker, Fernando Pimenta e Miguel Lacerda desvendam ainda quais os objectos mais estranhos que já encontraram no mar.

Que impacto esperam que esta campanha tenha?

Vasco Ribeiro – Acima de tudo que faça as pessoas repensarem nos seus gestos e actos do quotidiano.

Joana Schenker – O problema da poluição do plástico nos oceanos não é novidade e tem sido bastante falado, no entanto vejo que ainda estamos muito longe de combater o problema e é preciso passar para a acção de realmente mudar atitudes. Muitas vezes apenas mudamos os nossos hábitos quando somos obrigados a isso e esta campanha vem sublinhar isso mesmo, que podemos ficar sem o mar para aquilo que mais gostamos de fazer ou mesmo para o nosso sustento de vida. A ameaça é real e as consequências também.

Fernando Pimenta – Espero que com esta campanha as pessoas fiquem mais sensíveis a este problema, que é muito grave e que poderá afectar severamente as gerações futuras.

Miguel Lacerda – Qualquer campanha surte impactos sobre a população. Espero que esta forma de abordar o problema mostrando a necessidade dos utentes dos oceanos procurarem outras formas de subsistência, tendo em conta a situação a que chegámos, poderá levar muita gente a pensar e a agir de outra forma.

Consideram importante que as marcas contribuam para sensibilizar a população para o problema da poluição dos oceanos?

Vasco Ribeiro – Sem dúvida! É sempre importante as marcas envolverem-se nos problemas da sociedade civil.

Joana Schenker – Acho que é fundamental haver uma sensibilização constante e uma educação do consumidor. Mas acredito que as marcas também têm o dever de dar o exemplo prático, ou seja, sensibilizar através do exemplo positivo com opções mais amigas do ambiente dentro das próprias marcas.

Fernando Pimenta – Sim, penso que as marcas e as figuras públicas são sempre um meio muito importante para a sensibilização das pessoas, pois são sempre credíveis.

Miguel Lacerda – Deveria ser obrigatório todas as marcas despenderam de uma parte da sua verba destinada a marketing e comunicação para sensibilizar e consciencializar a população… Todos poluem!

Qual foi o objecto mais estranho que já encontraram no mar?

Vasco Ribeiro – Já encontrei pares de sapatos.

Joana Schenker – Sinceramente já vi de tudo, desde frigoríficos a sapatos. Mas um dos objectos que mais me chamou à atenção foi uma lata de spray ambientador com a discrição “Ocean Breeze” abandonada no areal. Um pouco irónico no mínimo!

Fernando Pimenta – Há alguns objectos, desde embalagens de shampoo/gel de banho, pneus, sacas de plástico, garrafas de bebidas, latas, entre outros.

Miguel Lacerda – Encontro de tudo, mas dar com vários fardos de droga no litoral (como já aconteceu mais que uma vez) é sempre algo que mexe comigo. Corremos o risco (em países que não nos conhecem) de ser detidos e ter que justificar a razão pela qual ali andamos. Ninguém acredita que estamos ali a avaliar e a recolher lixo marinho…

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