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Notícias

A nau, navio-emblema da expansão

As influências técnicas nórdicas (da coca) e mediterrânicas (carracas) foram determinantes no progresso da construção naval portuguesa. Depois de as galés serem navios predominantes nos primeiros tempos da nacionalidade, a referida combinação de influências resultou no surgimento de navios de maior tonelagem e, entre os séculos XV e XVII, resultou nos modelos que, definitivamente, marcaram o progresso da expansão ibérica: as caravelas, naus e galeões e outros navios destes derivados.

Se a caravela é, pelo senso comum, apontada como a principal referência naval dos descobrimentos, é certo que o verdadeiro navio-emblema da expansão é a posterior nau. A partilha de saberes entre os espaços portuários europeus era essencial para o progresso da construção naval, e a nau, além de dotada de castelos de proa e de popa, três mastros, maior largura de pano e aparelhadas para receber artilharia, representava uma evolução significativa no processo de construção (o método “esqueleto-primeiro”).

Entre a passagem do Cabo da Boa Esperança por Bartolomeu Dias e a viagem de Vasco da Gama mediaram dez anos, justamente porque a nau estava em processo de desenvolvimento, e a rentabilidade da expedição dependia, entre outros aspetos, da capacidade de carga da frota que partiria para a Índia e que estava a ser construída na cidade do Porto.

Fixada a Rota do Cabo e estabelecendo-se a Carreira da Índia, D. Manuel I, num entre muitos esforços de centralização que marcaram o seu reinado, estabeleceu em Lisboa um dos maiores estaleiros navais da Europa – A Ribeira das Naus –, transferindo para a capital os melhores técnicos dos estaleiros nacionais, designadamente do Porto e de Vila do Conde. Quatro naus e uma caravela compunham a armada de Fernão de Magalhães.

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