Quem Somos
A APP – Associação dos Portos de Portugal é uma Associação sem fins lucrativos constituída em 1991, com o objectivo de ser o fórum de debate e troca de informações de matérias de interesse comum para os portos e para o transporte marítimo.
Pretende-se que a APP contribua para o desenvolvimento e modernização do Sistema Portuário Nacional, assumindo uma função que esteve subjacente à sua criação: constituir-se como um espaço privilegiado de reflexão e de decisão.
Newsletter
Clique aqui para se registar na newsletter.
Clique aqui para sair da newsletter.
Notícias
De mota pela costa portuguesa, em busca da praia perfeita
Em Agosto de 2017, Luís Pedro Nunes e Tiago Froufe partiram numa viagem de mota pela costa portuguesa. Objectivo? Percorrer o maior número de areais em duas semanas, de Moledo a Vila Real de Santo António. Mais do que um guia, Em busca da praia perfeita revela-se uma longa reflexão sobre a relação quinta-essencial dos portugueses com o mar banhado de areia. E com a praia, a sua praia, a praia perfeita.
“Portugal gosta de praia, não apenas em dias de eleições, mas nos outros todos. Eis uma certeza que se tem quando se parte e vem reforçada à chegada: Portugal ama a sua prainha. Há um respeito cerimonial ao Verão e ao mês de Agosto e não é pelas «férias», é obviamente pela praia”, lê-se na introdução, escrita por Luís Pedro Nunes, jornalista, cronista, comentador, director do suplemento Inimigo Público.
“A praia manda em muito do país laboral, do país mental, da relação entre as pessoas.” Bem-vindos ao “país de praias em que as pessoas, quando têm um dinheirinho, vão de férias para outros destinos de praias”.
O livro que resulta daquela “viagem inesquecível em duas rodas”, lançado à estampa em Abril deste ano, acaba por ser muito mais do que a “busca da praia perfeita” que dá mote e título ao projecto.
É uma mistura entre guia de praias – encolhido em coluna no centro das páginas, mas com direito a 58 areais, com respectiva descrição e informações básicas, como os tipos de acessos, a existência de apoio de praia e vigilância ou, não menos importante, a temperatura média da água – e uma longa teorização “sobre o que nos motiva, enquanto povo que se banha no mar, a termos uma relação tão intensa com a «nossa» praia”.
“Todas as praias, para os que as amam, são as melhores de Portugal. É diferente de outros amores, digo-vos. E lá falam de uns dias perfeitos que terão vivido naquela praia, uns dias de sol, calor, perfeitos que habitam os seus sonhos. A noção de tribo, posse territorial, regresso sazonal ao encontro dos nossos e do nosso pedaço, faz da noção de praia algo mais do que isso de ir à água e bronzear.”
Mas não só. Ao longo do livro, entre o relato de viagem e um ou outro regresso a livros e memórias, lê-se sobre a eterna discussão entre viajantes e turistas, fala-se de peripécias de viagens e as alterações que as novas tecnologias trouxeram ao espírito viandante.
Recorda-se como uma praia pode entrar para a ribalta por causa de um político, de um assassino, de um surfista. Como a “mera abertura de um caminho acessível” pode mudar “toda a estrutura social de uma praia” e fazer com que “praia quase deserta, o tal segredo acessível apenas por uma mera estrada de areia, se torne de repente a alegria das famílias e «domingueiros»”. Versa-se sobre corpos e pêlos e trajes banhistas. Sobre os “super-ricos da Comporta” e os prisioneiros da Pinheiro da Cruz. Sobre a natureza selvagem e selvática da Costa Vicentina.
Mas também “praias geniais”, como Monte Clérigo, no concelho de Aljezur – “O acesso por norte ou por sul deu-me nesse dia a sensação de duas praias diferentes, com águas azuis espumadas e bravas de um lado e verde e densas e calmas, do outro.” E, mais acima, a praia da Amália – “linda, sim senhor, e onde se vai para acreditar que o espírito da fadista por ali vagueia e para lá chegar temos de passar um longo túnel de árvores e flores como que uma passagem vicentina, mas de um auto de Gil Vicente, onde a barcaça deixou a fadista”.
E, no final de contas, atravessada a costa de Moledo a Vila Real de Santo António, qual seria a praia portuguesa perfeita? Teria um miradouro sobranceiro e uma estrada paralela rodeada de árvores, um areal infinito, branco e dourado, ladeado por cordões dunares e “umas enseadas tipo Sesimbra ou Lagos, de água verde-azul”, com a temperatura da água como “Monte Gordo nos dias bons”. Se alguém a conhecer, não diga a ninguém. Ainda há praias secretas e perfeitas?