Quem Somos
A APP – Associação dos Portos de Portugal é uma Associação sem fins lucrativos constituída em 1991, com o objectivo de ser o fórum de debate e troca de informações de matérias de interesse comum para os portos e para o transporte marítimo.
Pretende-se que a APP contribua para o desenvolvimento e modernização do Sistema Portuário Nacional, assumindo uma função que esteve subjacente à sua criação: constituir-se como um espaço privilegiado de reflexão e de decisão.
Newsletter
Clique aqui para se registar na newsletter.
Clique aqui para sair da newsletter.
Notícias
VIAJANDO PELA HISTÓRIA
Estação Naval de Leixões
A defesa da Barra do Douro e de Leixões foi iniciada em 12 de Março de 1916 pelo Chefe do Departamento Marítimo do Norte, Capitão de Mar e Guerra Cunha Lima, e consistia numa barragem de rede metálica à entrada do porto de Leixões, uma peça e um projector no Extremo do molhe Sul do mesmo porto. As redes anti-torpedo utilizadas foram do tipo Bullivan10. As redes eram fixas numa ponta no molhe norte e móveis na outra através de um rebocador.
Em Fevereiro de 1917, como os franceses reconhecessem a vantagem de se estabelecer em Leixões uma Base de abastecimentos para os seus navios em trânsito, protegendo a navegação aliada no Atlântico, e por acordo realizado entre os dois Governos, foi estabelecida uma Base Naval Francesa em Leixões.
Ao mesmo tempo, intensificavam-se os meios de defesa daquela zona marítima que ficaram constituídos por: uma peça de artilharia S.C.t.r. 150mm/45 ao Norte de Leixões (Rodão); uma bateria de 2 peças A. 150mm/28 ao Sul do Douro (Lavadores); uma peça de artilharia S.C.t.r. 100mm/45, com projector, no molhe Sul de Leixões; uma rede metálica móvel, à entrada do porto de Leixões; canais dragados de minas, e determinados segundo enfiamentos em terra, para darem com segurança acesso ao porto de Leixões e à barra. As batarias em terra eram apoiadas por holofotes e um sistema de vigilância ligado por telefone. Existia ainda uma flotilha de barcos-patrulha formada por quatro vapores requisitados armados de cargas de profundidade e peças de 37mm11.
A rocega das minas era feita pelos vapores “NRP Açor” e “NRP Margarida Victória” ( 1.º Tenente Gagean e 2.º Tenente Botelheiro ) que trabalhavam separadamente empregando o sistema Ronarc’h, dos quais, de começo, só um era armado com uma insignificante peça de 37mm que apenas servia para o afundamento das minas rocegadas. É com este fraco armamento que teriam de se defender em qualquer possível encontro com um submarino inimigo, principalmente quando estes navios eram empregues em serviço de escolta a navios mercantes.
Em Setembro de 1917 encontrava-se montada a Base Naval Francesa de Leixões que se instalou junto do no Posto de Desinfecção, sob o comando do Capitão-de-fragata René Nielly, tendo como subalternos, um 1.º Tenente, um médico, um engenheiro naval e dois comissários.
No mar, dispunham os franceses de 6 patrulhas armados com peças de 75mm e TSF – chalutiers – :“CYCLONEN”, “FUCHNO”, “HORTENSIA”, “MEDOC”, “MIMOSA” e “PETUNIA”, e de duas traineiras, “GREVETTE” e “PIEUVRE”.
Estes navios prestaram serviços de patrulha, patrulhando até à altura do Cabo Finisterra (Norte da Galiza, Espanha), ponto preferido dos submarinos alemães para atacar a navegação aliada. A Marinha portuguesa não conseguia acompanhar sistematicamente estes patrulhas franceses em mares espanhóis devido à falta de meios para defesa dos portos e carência de TSF nos caça-minas. As operações de patrulha a partir da Estação Naval de Leixões estavam subordinadas ao comando do Centro de Aviação Francesa de Aveiro.
A apreensão dos navios neutros em águas nacionais por navios que não eram portugueses, tornou-se assunto de solução melindrosa, mas que sempre foi resolvido com tacto e bom entendimento entre as nossas autoridades navais e as francesas. O Governo francês agraciou alguns dos nossos oficiais e o Governo português alguns oficiais franceses que cooperaram nos serviços desta Estação Naval.