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Notícias
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O passado dos oceanos e o presente da Humanidade
O projeto 4 Oceans, da investigadora da Universidade Nova Cristina Brito, recebeu uma bolsa de dez milhões de euros para estudar a exploração dos oceanos nos últimos dois mil anos. É a maior bolsa europeia na área
“Temos dinheiro, temos tempo e temos equipa para trabalhar”, conta à VISÃO a diretora do Centro de Humanidades da Universidade Nova, Cristina Brito, alertando logo de seguida para a magnitude da tarefa: “Trata-se de um projeto muito ambicioso que pretende criar a primeira avaliação global do papel dos recursos marinhos no desenvolvimento das sociedades humanas.” Recuando o mais possível no tempo, e procurando também perceber o impacto da nossa atividade nos ambientes marinhos.
Quase como se à História Universal da Humanidade lhe faltasse um capítulo importantíssimo, porque “o foco foi sempre o desenvolvimento agrícola, estudando muito pouco o que aconteceu no mar. A nossa tese é precisamente a de que os recursos marinhos influenciaram decisivamente as sociedades humanas”, e dá alguns exemplos, como a caça intensiva de baleias francas na Península Ibérica, que já no século XVII levou à sua extinção nestes mares, obrigando bascos e portugueses a irem para a Terra Nova. Onde, aliás, já andávamos atrás de bacalhau desde o século XV. “O recurso importa” explica, “e as populações vão atrás dele onde existe”.
A tese conquistou o júri do Conselho Europeu de Investigação, que a escolheu entre 440 candidaturas, e concedeu uma bolsa de 10,4 milhões de euros, a maior alguma vez atribuída a um projeto na área das Humanidades na Europa. Cristina Brito é o braço português de uma equipa internacional que conta com mais três investigadores: James Barrett, da Universidade de Cambridge, especialista em Arqueologia Biomolecular e, do Trinity College de Dublin, Francis Ludlow, historiador ambiental e especialista em Climatologia Histórica, e Poul Holm, perito em História Ambiental e Económica. Foi este último quem montou a equipa dos quatro magníficos pelos oceanos.