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AVEIRO

É com areia em vez de pedra que se tenta travar o mar na região

O litoral aveirense é dos mais afetados em Portugal pelo recuo da costa e, depois de décadas de obras de engenharia, tenta-se agora travar o mar com a transposição de areias.

Em algumas praias da região assiste-se ciclicamente à invasão do mar, ameaçando casas, destruindo apoios de praia, arrasando dunas. Por vezes a água 'bate às portas', deixando as populações em pânico.

Num dos episódios mais recentes, no sul, no concelho de Vagos, a duna foi destruída na praia do Labrego, em 2018, e em 2011 já tinha no mesmo local invadido o território pelos campos dentro, até chegar à ria.

Em 2014, as praias da Vagueira e Areão viram o mar subir, com ondas de oito a 10 metros que galgaram o sistema dunar e, mais a norte, entre as praias da Barra e da Costa Nova, o mar chegou aos passadiços de madeira, destruindo-os parcialmente e levando um bar de praia.

O fenómeno não é novo e está cientificamente demonstrado que uma das zonas mais vulneráveis à erosão costeira é precisamente entre Espinho e o Cabo Mondego. Na década de 1970 a opção foi construir estruturas perpendiculares de defesa costeira, os chamados esporões, e depois enrocamentos paralelos à costa, nas zonas entretanto urbanizadas.

As praias da Costa Nova e Vagueira foram protegidas com "infraestruturas pesadas": em 1973 foram construídos 11 esporões e em 2006 houve nova intervenção nesse sistema de defesa costeira.

Não resultou. Os acontecimentos posteriores comprovaram que a deposição de mais e mais pedra na linha marítima descaracterizou as praias sem resolver o problema.

A norte o panorama não tem sido melhor, apenas escapando o areal entre a Torreira, no concelho da Murtosa, e São Jacinto, no concelho de Aveiro, que tem vindo a aumentar, em resultado do prolongamento dos molhes para melhorar a acessibilidade marítima ao Porto de Aveiro.

Todas as outras praias, desde Espinho, têm 'andado com o coração na boca' e com aflições nos invernos. O Plano de Ordenamento da Orla Costeira (POOC) Ovar-Marinha Grande preconizava, por isso, a deslocalização de algumas comunidades piscatórias a residirem 'em cima' da duna, como em Esmoriz.

Entre Maceda e Ovar, troncos de árvores são visíveis na linha de rebentação, confirmando o recuo da costa.

Cristina Bernardes, investigadora do Departamento de Geociências da Universidade de Aveiro (UA), estimou em 1,5 metros o avanço médio do mar por ano, na monitorização que é feita entre a Barra e Mira, mas, entretanto, houve realimentação das praias.

"A sul da entrada da Laguna, que era o troço mais crítico porque havia uma grande quantidade de areia que ficava retida no molhe Norte, foi feita nos últimos dois anos a recarga artificial das praias", esclarece.

Segundo a investigadora, a areia proveniente do alargamento do Porto de Aveiro e de dragagens na embocadura tem sido colocada nas praias desde a Barra à Costa Nova, medida minimizadora já prevista quando foi feito o prolongamento dos molhes.

"Essa areia é depois mobilizada pelo vento e vai completar as dunas, mantendo o cordão dunar litoral. A barra e a Costa Nova são praias que têm beneficiado muito com essas recargas. Estão bem nutridas e o cordão dunar apresenta boa saúde", diz.

O principal problema é na direção sul, para a Vagueira e para Mira: "O sedimento chega ali em pouca quantidade porque fica retido pelos molhes e pelos esporões que existem pelo caminho".

Foi feito um enchimento para proteger o Bairro dos Pescadores e o cordão dunar frontal foi reconstituído, mas, "com um inverno de maior agitação marítima, foi tudo ao ar e é a zona mais crítica neste momento".

A razão poderá estar na pequena granulometria das areias utilizadas: "Poderá não ser a mais adequada, mas não temos outras fontes de inertes [...]. Não há estudos suficientes ao largo de Aveiro que possibilitem tirar as areias da plataforma, como fizeram, por exemplo, na Costa da Caparica".

O POOC previa 14 intervenções de prolongamento de defesa aderente, mas é na transposição de sedimentos e otimização hidrodinâmica que agora é feita a aposta.

"Há uma mudança de paradigma: o combate à erosão é feito com a colocação de areia nas praias, em vez de pesadas obras de engenharia e de esporões aderentes", diz Pimenta Machado, presidente da Polis Litoral Ria de Aveiro, sociedade participada pelas autarquias que tem a seu cargo, entre outras, a missão de tratar da proteção costeira ao longo de mais de 70 quilómetros, na área mais exposta à erosão, entre Ovar e Mira.

Para ir buscar esta areia recorre-se aos fundos da assoreada ria de Aveiro, que começou em abril a ser dragada e de onde deverá ser retirado um milhão de metros cúbicos de sedimento, numa operação que deverá terminar em julho de 2021 e intervirá em sete canais e outros tantos municípios ribeirinhos.

A empreitada, de 21,6 milhões de euros, terá um prazo de execução de 15 meses e é financiada por fundos comunitários em 75%. Decorrem já trabalhos de dragagem no canal de Ovar, no troço de acesso ao Cais da Bestida, na Murtosa e no rio Boco, junto à ponte de Água Fria, na Gafanha d'Aquém, Ílhavo. As dragas vão depois para os canais da Murtosa e de Mira, e canais do Lago do Paraíso e da zona central.

"Vamos colocar esses sedimentos na deriva mais a norte, em Ovar, e ao sul, em Mira, para consolidar todo o cordão dunar, que é muito vulnerável, mas uma parte será colocada nas margens da ria, em zonas adjacentes de cota mais baixa, para minimizar a erosão e proteger os terrenos agrícolas", explica o responsável da Polis.

Essa tem sido a opção entre a Costa Nova e Mira, para onde foram transportados os dragados que durante anos estiveram depositados no Porto de Aveiro, resultantes da manutenção da profundidade da entrada na barra e do canal de navegação.

Numa frente de 20 quilómetros, abrangendo os concelhos de Ílhavo, Vagos e Mira, foram colocados 1,3 milhões de metros cúbicos de areia, numa operação que decorreu em três fases e resultou de um protocolo entre a administração portuária e a Agência Portuguesa de Ambiente.

Para acorrer às situações mais aflitivas, foram definidos 10 locais de emergência com depósitos de 600 metros cúbicos de inertes.

O investimento em proteção e defesa costeira ascende já a 41,2 milhões de euros, excedendo o previsto no Polis Litoral Ria de Aveiro, e em breve deverão ser transpostos para a deriva, frente a Esmoriz, cerca de 270 mil metros cúbicos de areia.

fonte

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