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Notícias
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Receitas do turismo batem recorde de 2008
Ainda 2011 ia a meio e era já o melhor ano turístico de sempre em receitas, que em Junho superaram as alcançadas em pleno Euro 2004. A crise não impediu que mais estrangeiros visitassem o País, invertendo a tendência dos últimos anos, em que foram os portugueses a salvar o sector. Mas com a austeridade a apertar, as férias são mais curtas e poupadas.
Apesar da crise, as receitas do turismo em Portugal atingiram no primeiro semestre o seu valor mais alto de sempre, com um total de 3,246 mil milhões de euros, mais 8,8% do que em 2010 e acima do recorde de 3,139 mil milhões obtido em 2008. O mês de Junho, com 660 milhões de euros, foi mesmo melhor do que em 2004, o seu anterior máximo histórico (632 milhões), com a realização do Campeonato Europeu de Futebol.
A manter-se este desempenho na segunda metade do ano, mesmo porque a primeira é habitualmente a mais fraca, 2011 poderá ser o melhor ano de sempre em termos de receitas turísticas para o País, ultrapassando o recorde de 7,601 mil milhões alcançado no ano passado. Não é a salvação nacional, mas ajuda, sobretudo pelo impacto que tem na balança de pagamentos, sendo o turismo a principal actividade exportadora, com 43,3% das receitas das exportações portuguesas de serviços em 2010.
Os números divulgados há dias pelo Banco de Portugal contabilizam os gastos dos turistas estrangeiros em Portugal. Quando comparados com o que os portugueses gastaram lá fora, o excedente é de 1,755 mil milhões de euros a favor das exportações de viagens e turismo, 15% acima de 2010, e mais um recorde para a primeira metade do ano, superando em 2,7% o de 2008. É que, enquanto os estrangeiros deixaram em Portugal mais 8,8% (263 milhões),os portugueses aumentaram as suas despesas no exterior em apenas 1,9% (28,2 milhões). No mês de Junho cortaram mesmo os gastos, que desceram 1,8% face a 2010, resultando na maior queda - cinco milhões- desde Novembro de 2009.
Os mercados emissores que mais contribuíram para o aumento das receitas foram, em termos absolutos, França (+ 48 milhões de euros), Reino Unido (+ 46,2 milhões) e Brasil (+32 milhões), que só em Junho cresceu 40,5%. Os dados do INE sobre a actividade hoteleira até Junho - os últimos disponíveis - já indicavam uma melhoria homóloga em todos os principais indicadores devido ao aumento de turistas estrangeiros, enquanto o turismo interno estagnava, depois de ter sido nos últimos anos a tábua de salvação do sector.
O semestre fechou com 6,3 milhões de hóspedes recebidos, mais 6% do que um ano antes, responsáveis por 17,1 milhões de dormidas, mais 8,8%. Um crescimento que se deveu ao aumento de 11,6% de hóspedes estrangeiros, para 3,3 milhões, a gerarem 11,4 milhões de dormidas (+13,9%). Já o número dos hóspedes residentes em Portugal, pouco mais de três milhões, apenas subiu 0,5%, e as dormidas mantiveram-se sem alteração nos 5,7 milhões.
Os proveitos totais da hotelaria aumentaram 6,5%, para 800 milhões de euros, mas a subida da RevPar (receita por quarto disponível), mais 0,8%, foi marginal, reflectindo a contínua pressão sobre os preços.
Os dados de Julho e Agosto ainda não estão fechados, mas no Algarve, a região mais procurada para as férias de Verão, os números da hotelaria indicam que se repetiu o decréscimo de turistas portugueses e o aumento de estrangeiros. O destaque vai para o mercado espanhol, que "em Julho subiu 28%, devendo o mesmo repetir--se em Agosto", avançou ao DN o presidente da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), Elidérico Viegas.
No acumulado do ano, os espanhóis já levam um avanço de 15,5% face a 2010, o que é seguido por alemães (+10,6%), ingleses (+7%) e demais mercados, o que o presidente da AHETA atribui, em parte, "à instabilidade no norte de África". Já os turistas portugueses, que nos últimos cinco anos tinham aumentado 50%, recuaram 11% até Julho, mês em que a queda homóloga foi de 7,2%.
Contas feitas, "a taxa de ocupação que em 2010 tinha sido de 51,1%, a pior dos últimos 16 anos, subiu 1,5%, mas está longe dos 65% para a rendibilidade dos investimentos". Mesmo porque a queda dos preços é outra tendência "para ficar", diz Elidérico Viegas, que aponta uma quebra de 4,9% até Julho nas receitas da hotelaria algarvia, prevendo que no total do ano, "apesar do aumento de hóspedes e da ocupação, deverão ficar ao mesmo nível de 2010".
FONTE: DIÁRIO DE NOTÍCIAS