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PONTO DE INTERROGAÇÃO

Polvos de orelhas, o que são?

Povoando as profundidades dos oceanos, e predando pequenos organismos, existe um grupo de animais que a nossa imaginação de animais terrenos tende a caracterizar como bizarros. Falamos dos polvos de orelhas.

O que são polvos-de-orelhas? Para começar, como todos os polvos (Ordem Octopodida), têm 8 braços. Mais concretamente, pertencem à Sub-ordem Cirrina, que engloba polvos com papilas alongadas nos braços, denominadas de cirros. Os cirros são usados na captura e manuseamento de presas, uma vez que a alimentação destes animais é composta por pequenos crustáceos, moluscos e peixes. As ventosas encontram-se, nalgumas espécies, modificadas num órgão luminoso que, segundo dados recentes, parecem ter duas funções: comunicação entre animais e atracção de presas. Devido a esta redução no tecido muscular das ventosas, estas estruturas quase não têm a função adesiva, tão característica nas espécies costeiras.

Quando falamos em polvos de "orelhas", não significa que possuam realmente orelhas. O que a nossa percepção antropomórfica identifica como orelhas são, na realidade, duas barbatanas musculares, inseridas no manto, utilizadas para locomoção.

Tratam-se de animais com consistência gelatinosa, possuindo uma concha interna única. São animais bentopelágicos, significando portanto que vivem em estreita relação com o substrato, ainda que, neste caso, nem sempre em contacto físico com este. Para além de utilizarem as barbatanas para se deslocarem, o seu estilo de vida é caracterizado por níveis baixos de actividade: movimentos lentos, deslizantes e flutuabilidade neutra, reduzindo assim os gastos de energia. A sua locomoção pode ser medusóide (tipo medusas), através de jactos de água, recorrendo às barbatanas, ou uma combinação de todas elas.

Nos Açores, capturaram-se até hoje duas espécies de polvos-de-orelhas, ambos pertencentes à Família Opistoteuthidae: Opistoteuthis grimaldii e Grimpoteuthis umbellata. As espécies desta família caracterizam-se pela posse de olhos bem desenvolvidos e um véu que une os braços quase até às pontas. Os cirros são curtos e possuem uma única fiada de ventosas. Os machos de Opistoteuthis grimaldii podem atingir até 50 cm de comprimento e 6 kg de peso, enquanto as fêmeas atingem 35 cm e 1.7 kg de peso. Até hoje foram capturados poucos exemplares, a profundidades entre 1800 e 1950 m. Quanto a Grimpoteuthis umbellata, alcançam um comprimento de 60 cm de comprimento. Esta espécie é descrita por Joubin em 1903, com base no exemplar que foi capturado nos Açores, constituindo actualmente um problema sistemático: alguns investigadores incluem-no no grupo anterior, ou seja, no género Opisthoteuthis, como O. agassizi. Pouco se conhece acerca da ecologia destas duas espécies e é muito provável que existam mais espécies nos Açores.

 

As outras duas famílias de polvos-de-orelhas são muito menos diversas que a anterior. A família Cirroteuthidae caracteriza-se pela presença de olhos pequenos. Esta Família compreende apenas dois géneros (Cirrothauma e Cirroteuthis). Este grupo é provavelmente o único com distribuição cosmopolita, estando presente em todas as latitudes. Contudo, até hoje não se capturaram exemplares nos Açores. Quanto à família Staurotauthidae, foi objecto de uma revisão recente. Este grupo caracteriza-se pela presença de um véu secundário e cirros longos. São animais destituídos de rádula e a concha vestigial apresenta a forma de U. Esta família apenas possui um género, Stauroteuthis. Também neste caso não se capturaram exemplares nos Açores. Tanto neste grupo como na família Grimpoteuthidae, os animais apresentam uma janela no manto, característica anatómica com funções ainda desconhecidas.

 

Um outro animal que pode ser confundido com os polvos de "orelhas" é Vampiroteuthis infernalis (o diabo-negro-das-profundezas). Para além de possuir 8 braços, esta espécie possui dois filamentos retrácteis (braços modificados) adicionais, com funções sensoriais, somando assim 10 apêndices, o que a coloca numa ordem distinta (Ordem Vampiromorpha), não sendo portanto verdadeiros polvos. Os 8 braços, que também possuem cirros, encontram-se unidos por um grande véu. Estes animais atingem 37,5 cm de comprimento e vivem entre os 700 e os 1500 m, ainda que os juvenis vivam a menores profundidades (entre os 300 e os 500 m). Uma característica interessante desta espécie é o facto de desenvolverem dois pares de barbatanas ao longo da vida. Um par existe durante a primeira fase da vida do animal e à medida que o animal vai crescendo, um segundo par de barbatanas vai-se desenvolvendo, enquanto as barbatanas iniciais vão desaparecendo. Existe, portanto, uma fase intermédia em que são visíveis quatro barbatanas.

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