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Notícias
NO MUSEU DE ARTE POPULAR
Nazaré, de Paulo Ferreira
"Nazaré, Ex-Voto do Mar Português", pintura mural de Paulo Ferreira no Museu de Arte Popular, 1948
José Pessoa, 2008 © IMC / MC
Número de Inventário: 36066 TC (Transparência a cores)
Uma das quatro composições alegóricas da Sala da Estremadura (onde figuram igualmente Lisboa, Ribatejo e Terra Saloia) que obviamente não podem emparedar-se, ocultar-se ou esconder-se para se iluminarem os ecrãs do itinerário multimédia, como alguém já pensou, ou admitiu por desatenção ou ignorância. Protegidas pela inclusão do edifício na ZEP dos Jerónimos as pinturas terão obviamente de ficar em exposição, até porque se tratam dos poucos exemplos sobreviventes das decorações murais dos segundos modernistas (Almada das Gares e do DN não é uma referência única).
Paulo Ferreira afirma-se principalmente como cenógrafo e figurinista da Companhia Portuguesa de Bailado Verde Gaio (1940-1950), criado e dinamizado por António Ferro, e também como pintor-decorador. Estas quatro pinturas murais (a fresco ou a têmpera?) são certamente as suas melhores obras, com uma óbvia eficácia ilustrativa e um sentido da alegoria bem sucedido, marcando um estilo folclorizante construído com dinamismo e "alegria". À distância do cinzentismo do regime e do gosto historicista de outras correntes anti-modernistas no interior do regime.
Julgo que nunca se soube olhar com rigor e honestidade intelectual para estas obras, o que não significa recuperar toda a obra e todo o personagem-autor.
ALEXANDRE POMAR
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