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«Vera Cruz» levou emigrantes para o Brasil e tropas para África

O belíssimo transatlântico marcou época na Rota de Ouro e Prata. A sua chegada foi triunfal nos portos de Santos e Rio de Janeiro

Da data de sua viagem inaugural, até 1954, o Vera Cruz permaneceu servindo a Rota de Ouro e Prata ao lado do gêmeo Santa Maria, com saídas alternadas dos portos "cabo-de-linha", Lisboa e Buenos Aires, a cada três semanas.

A partir de julho de 1954, o Vera Cruz passou a servir também a linha da CCN para a América Central, com escalas em Vigo (Espanha), Funchal (Ilha da Madeira), Tenerife (Ilhas Canárias), La Guaira (Venezuela), Curaçao (Antilhas Holandesas) e Havana (Cuba).

Junto com o Santa Maria, alternaram-se, ora servindo a carreira do Caribe e América Central, ora cobrindo escalas na Rota do Ouro e Prata segundo as melhores necessidades operacionais e de rendimento determinadas pela direção da armadora.

Em 1957 faleceu o fundador e animador principal da CCN, o armador Bernardino Corrêa, e nas viagens que estavam em curso, todos os navios da companhia colocaram a bandeira no mastro de popa (ré) a meio-pau.


Transatlântico português chegou dia 3 de abril pela primeira vez ao porto de Santos

Em julho do ano seguinte, o transatlântico Santa Maria realizou sua primeira viagem com destino aos territórios coloniais portugueses da África, sendo seguido um ano depois pelo Vera Cruz, este com destino a Angola.

Mas não era esta a primeira ocasião de uma passagem do Vera Cruz pelos portos portugueses na África, já que entre agosto e setembro de 1956 o transatlântico efetuou um cruzeiro périplo-africano. Saiu de Lisboa em direção ao Atlântico Sul e retornou à capital portuguesa via Cidade do Cabo (África do Sul), Oceano Índico, Canal de Suez e Mediterrâneo.

Ao todo foram tocados 16 portos de escala, um dos quais, o de Lourenço Marques (hoje Maputo, Moçambique), onde teve que desembarcar Bernardino Corrêa, já afetado pela doença que lhe seria fatal meses mais tarde.

A recepção também foi muito calorosa no porto de Santos

Com o deflagrar dos conflitos de liberação colonial em Angola e Moçambique, a partir de 1960, o Estado português viu-se na obrigação de reforçar militarmente as suas colônias na tentativa de conter e eliminar os focos de resistência à ordem estabelecida.

Assim, no decorrer de 1961, várias unidades da marinha mercante de Portugal foram requisitadas pelo governo para servirem como transporte de tropas ou como navios de carga de material bélico.

O Vera Cruz não escapou à nova realidade e, ao retornar a Lisboa de sua viagem, a que seria na verdade a última, na Rota de Ouro e Prata (efetuada em março e abril daquele ano), o transatlântico foi rapidamente adaptado para as funções de navio-transporte e posto sobre o controle operacional da Marinha de Guerra, sempre, porém, com as cores da CCN.

Seguiu-se a partir de então um longo período onde alternaram-se viagens sob o comando naval e viagens puramente comerciais, a maioria destas realizadas entre Lisboa e Lobito/Luanda (Angola).

Esta fase durou até 1971. Em janeiro do ano seguinte, o transatlântico, após realizar uma viagem como transporte de tropas, foi ancorado no Rio Tejo, aguardando-se a decisão sobre o futuro.


Os dois navios permanecem na memória de portugueses e brasileiros

Tal decisão só foi tomada um ano mais tarde e ela marcaria o fim do transatlântico. Transcorridos apenas 20 anos de sua entrada em serviço, sendo portanto relativamente novo e ainda em condições de serviço, o Vera Cruz foi vendido para desmonte e sucata a uma empresa empresa especializada de Taiwan.

Em 4 de março de 1973 largou pela última vez as amararas do cais de Lisboa com destino a Formosa, desaparecendo assim dos oceanos, mas não de nossa memória, que lhe guarda recordação perene.

Vera Cruz:

Outros nomes: nenhum
Bandeira: portuguesa
Armador: Companhia Colonial de Navegação (CCN)
País construtor: Bélgica
Estaleiro construtor: Societé Anonyme John Cockerill

Porto de construção: Antuérpia
Ano da viagem inaugural: 1952
Tonelagem de arqueação (t.a.b.): 21.765 t
Propulsão: 2 grupos de turbinas, com 2 hélices
Comprimento: 185,75 m
Boca (largura): 23 m
Velocidade média: 23 nós (42 km/h)
Passageiros: 1.242
Classes: 1ª - 148
2ª - 250
3ª - 844
Tripulação: 350 homens, sendo 38 oficiais

Fonte: CCN e LLoyd's Register

Artigo de José Carlos Rossini
Colaboração: Laire José Giraud

Artigo publicado no jornal A Tribuna de Santos em 3 e 10/9/1995
(*) Laire José Giraud é despachante aduaneiro e pesquisador santista de assuntos marítimos

 







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