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A APP – Associação dos Portos de Portugal é uma Associação sem fins lucrativos constituída em 1991, com o objectivo de ser o fórum de debate e troca de informações de matérias de interesse comum para os portos e para o transporte marítimo.

Pretende-se que a APP contribua para o desenvolvimento e modernização do Sistema Portuário Nacional, assumindo uma função que esteve subjacente à sua criação: constituir-se como um espaço privilegiado de reflexão e de decisão.



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Notícias

OPINIÃO - POR VÍTOR CALDEIRINHA

Os portos da CPLP

Antiga potência marítima com larga frota e portos onde chegavam as mais ricas mercadorias dos quatro cantos do mundo, Portugal é hoje um pequeno país no grupo dos mais ricos, com portos de média dimensão, reduzido número de carreiras directas regulares intercontinentais, em especial para a Ásia e América.

Com excepção das ligações a África, em especial a Angola e Cabo Verde, quase todas as mercadorias nos chegam, ou por nós são enviadas, de forma indirecta na ligação à América do Norte, Brasil e Ásia com um acréscimo de custo de escala nos grandes hubs espanhóis, italianos ou do Norte da Europa. Se na aviação somos um hub para o Brasil, tal não se passa na carga, cujo movimento é realizado por intermédio de Roterdão e Antuérpia, onde reprentamos apenas um grão nos fluxos do Brasil com a Europa.

Se na ligação à Europa e à África Ocidental todos os nossos portos têm ligações previligiadas, já ao Brasil, à América do Norte e à Ásia, são diminutas as ligações ou quase inexistentes nos nossos portos. Mesmo as pouquíssimas ligações regulares que existem não conseguem atrair grande parte da carga, uma vez que muita continua a circular entre Portugal e aqueles continentes através de hubs europeus, talvez por ser mais competitivo para certos portos de destino.

Sem dúvida que o caso do porto de Sines na ligação regular directa à América e à Ásia é actualmente quase a nossa única esperança nesta vertente, já com algumas provas dadas. Mas a falta de massa crítica actual, de condições fiscais favoráveis e de vantagens competitivas do hinterland, como são o caso da concentração industrial e populacional nos países baixos, a localização estratégica de Itália na “banana europeia”, a flexibilidade comercial que a Lei permite aos hubs espanhóis ou os salários baixos da mão-de-obra em Tanger, são certamente motivos que dificultam o desenvolvimento dos portos portugueses em pé de igualdade com os restantes hubs europeus, mesmo que seja feito um excelente trabalho pelas administrações portuárias.

Mas a verdade é que há sem dúvida potencial para incrementar as relações entre os portos da CPLP tendo como vértices o Brasil, Angola e Portugal nos três continentes, com centro em Cabo Verde, como porto de interconexão.

A Associação de Portos da CPLP, que agora se anunciou poder vir a ser criada e oficializada, vai certamente aproveitar o trabalho do estudo de mercado dos portos da CPLP apresentado em Luanda, que demonstra por um lado o potencial existente e por outro a falta de ligações regulares entre estes portos, definindo um programa de actuação e de visitas a armadores, carregadores e potenciais clientes e divulgando as vantagens nas ligações entre estes portos, estabelecendo facilidades que desenvolvam as escalas directas regulares e o tramping entre estes portos irmãos.

Com um vértice em Cabo Verde, no Porto Grande, qualquer porto português poderia com maior facilidade estar ligado às várias regiões do Brasil, a Angola, S. Tomé, Guiné e Moçambique, bem como aos outros países, não CPLP, que são servidos por corredores e linhas feeder a partir de alguns portos da CPLP.

Um vértice ou seja um hub em Cabo Verde, seria uma peça fundamental para o aumento da competitividade das nossas exportações de forma regular para o Brasil, evitando os portos do Norte da Europa e do Mediterrâneo. Por isso é sem dúvida importante apostar nesta nova Associação e no incremento das relações entre portos e comunidades portuárias de lingua oficial portuguesa.

É altura de incluir mais empresas neste empreendimento de reencontro de portos, outrora ligados intimamente, e colocar os empreendedores a pensarem neste objectivo que nos parece de grande interesse nacional, para as nossas empresas e para a nossa economia.
Angola e Brasil apresentam uma dimensão e crescimentos apreciáveis, sendo mercados com um potencial gigante para Portugal, o que nos diferencia dos restantes países Europeus, não podendo ser deixada de aproveitar esta oportunidade logística lusófona.

Não será menos importante se pensarmos ainda no potencial da economia do mar destes países em conjunto, o domínio do Atlântico pelas Zonas Económicas Exclusivas dos países da CPLP, cuja exploração poderá ser pensada em conjunto, a importância da sua frota conjunta, onde haverá certamente oportunidades de colaboração, o desenvolvimento da aquacultura que será fundamental para alimentar a crescente população de Angola e do Brasil, e outras vertentes do Mar que beneficiariam certamente do aumento da cooperação entre estes países.

Uma oportunidade para o comércio maritimo poderia ser as nações da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) criarem uma área de livre comércio, acabando com as barreiras económicas, tarifas alfandegárias e liberar o movimento de cargas entre os diferentes países.

No fundo, nos próximos anos seria fundamental que as empresas das comunidades portuárias participassem mais, que dessem ideias, que conhecessem o estudo e se aproveitassem dele para criar novas oportunidades de negócio nos portos da CPLP.